Meditação na Gestação: benefícios para você e o seu bebê
A neurociência vem pesquisando e mostrando os resultados e efeitos da prática de meditar no organismo e no comportamento humano,
Na cultura oriental, a meditação já é uma prática milenar. No Ocidente, vem se popularizando cada vez mais. A meditação Mindfulness é um prática que consiste em manter a atenção plena no momento presente, observar os pensamentos e as sensações do corpo sem julgamento.
O autocuidado durante a gestação, essa fase tão especial da vida, é o primeiro presente que podemos oferecer para o bebê. Uma gestação saudável constrói uma forte fundação para o resto da vida da criança.
A mulher passa por grandes mudanças físicas, emocionais e sociais na gravidez e no puerpério, com diversas alterações hormonais. É comum que a gestante sinta ansiedade com as preocupações relacionadas ao parto, aos preparativos para a chegada do bebê e toda a responsabilidade que a maternidade traz.
Essas são questões que a meditação pode auxiliar.
Baseada nesses estudos, vou apresentar quais são os benefícios encontrados. Alguns já podem ser sentidos nas primeiras práticas. Outros, mais profundos e duradouros, ocorrem conforme se estabelece uma rotina frequente.
Por isso, vale a pena investir um momento diário para si mesma e para se conectar com o bebê.
Confira os benefícios:
1
Reduzir estresse e ansiedade para a mãe e para o bebê
Meditar produz um efeito de relaxamento, acalma a mente e diminui a frequência cardíaca e a circulação sanguínea.
O estresse aumenta os níveis de cortisol no organismo e pode ter um impacto no desenvolvimento fetal e aumentar as possibilidades de nascimento prematuro. E gestantes com hipertensão correm o risco de desenvolver pré-eclâmpsia.
Por isso, o gerenciamento do estresse tem um papel importante na qualidade de vida da mãe e do bebê.
A prática regular de meditação reduz os níveis de cortisol e aumenta hormônios como a oxitocina e a melatonina, responsáveis pelo descanso, relaxamento, estado amoroso e sentimento de confiança.
2
Aumentar a imunidade
N
esse período da gestação, o organismo da mulher está voltado para o desenvolvimento do feto. Então, pode ocorrer uma diminuição na imunidade da gestante.
A meditação atua no eixo HPA (hipotálamo-pituitária- psico-neuro-imuno-endócrino e ajuda a fortalecer o sistema imune.
A alimentação e o descanso também são muito importantes para essa finalidade.
3
Melhorar a conexão com o bebê
O
bebê passa pelas mesmas experiências emocionais que a mãe. Quando ela está calma, o bebê também tende a ficar mais tranquilo no útero.
A prática ajuda a manter um estado de atenção plena no presente: você e o seu bebê. Um estado profundo de meditação torna-se um meio empático de comunicação com o bebê e melhora a consciência corporal e percepção das sensações dos seus movimentos.
Adotar o hábito na gestação é uma ótima preparação para a fase seguinte, o puerpério e os cuidados com o bebê. Meditar também pode preparar mentalmente e fisicamente para viver a maternidade, manter a calma e ter paciência em momentos de estresse.
4
Melhorar o sono e reduzir a insônia
M
uitas mulheres podem sentir dificuldades para dormir no terceiro trimestre da gestação devido a desconfortos com o tamanho da barriga.
A meditação aumenta os níveis de melatonina, hormônio que induz o sono.
Ao meditar, também podemos ativar o estado teta, no qual a frequência cerebral entra em um relaxamento profundo. Esse estado está relacionado à criatividade, visualização, resolução de problemas e intuição
5
Diminuir a dor durante a gestação e o trabalho de parto
O
estado mental e emocional, assim como os níveis de estresse, influenciam em como conseguimos lidar com a sensação de dor.
Além disso, a meditação pode ajudar na liberação de endorfina e dopamina, dois hormônios que naturalmente reduzem a dor.
Um estudo publicado na Dinamarca, em 2002, constatou que a meditação aumentou em 65% o nível de dopamina endógena em participantes.
Existem também técnicas de relaxamento como o método Lamaze e o hypnobirthing em que a respiração e a visualização são ferramentas para ajudar a ter um trabalho de parto mais calmo e a diminuir a dor.
%
aumento nos níveis de dopamina
6
Diminui os riscos de depressão pós-parto
A
s alterações hormonais depois do parto podem desencadear um período conhecido como baby blues, que pode evoluir para uma depressão pós-parto.
A meditação dispara o aumento da serotonina e acalma a amígdala, região do cérebro responsável pela reação “luta ou fuga”. Fortalece o hipocampo, região do cérebro que diminui quando ficamos depressivos, tranquiliza os pensamentos repetitivos e estimula emoções positivas.
É, ainda, um recurso muito eficiente em apoiar a mulher a lidar com o cansaço, a privação de sono, a diversidade de tarefas, e a disponibilidade em amamentar.
Esses são alguns dos efeitos da meditação. Além deles, podemos falar também que a prática melhora o foco e a concentração, a intuição, a criatividade, entre outros.
Por isso, a meditação é um hábito pra vida inteira. O bebê cresce tão rápido, são tantas descobertas e novidades. Aprender a permanecer em estado de presença nos faz desfrutar melhor da convivência e das alegrias que a maternidade proporciona.
E agora que você sabe um pouco mais sobre como a meditação pode te apoiar, está motivada para começar? No texto 3 aplicativos para meditar, relaxar e se conectar, dou algumas dicas a respeito.