Ciclo Feminino e Yogaterapia
Conheça o método Womb Yoga (Yoga do Útero)
Existem diversos sistemas de Yoga, como o Hatha Yoga, o Ashtanga, o Iyengar e o Vinyasa.
Nesse artigo vou falar do método Womb Yoga, criado pela yogini inglesa Uma Dinsmore-Tuli em 1999, que pode ser livremente traduzido como “Yoga do Ventre” ou “Yoga do Útero”.
A publicação aqui no site foi autorizada pela autora, pois o livro ainda não tem edição em português.
No primeiro artigo da série, falei sobre Ciclo Feminino e Ayurveda. Neste terceiro, abordo o Yoga, que também tem uma raiz em comum com o Ayurveda – a tradição védica na Índia.
O Yoga não consiste apenas em práticas de posturas, movimentos, técnicas de respiração, meditação e mudras, mas acima disso é uma filosofia de vida com preceitos e princípios éticos.
No livro Yoni Shakti, a autora apresenta o contexto filosófico e um guia prático com exercícios que contemplam diversas fases da mulher: menstruação, sexualidade, fertilidade, concepção assistida, gestação, recuperação pós-parto e menopausa.
Foi por meio do livro que descobri que os textos clássicos do Hatha Yoga foram escritos por homens e, até recentemente, muitas linhagens do Yoga eram preservadas e perpetuadas somente entre homens.
Portanto, as práticas são voltadas para o corpo masculino, sem considerar as diferenças fisiológicas e anatômicas dos exercícios para as mulheres.
Womb Yoga propõe uma revisão das raízes do Hatha Yoga e oferece práticas que atendem ao significado espiritual e ao potencial do corpo e experiência da mulher em todos os estágios de sua vida.
As práticas honram nossa natureza cíclica e amplificam a conexão do canal que liga o coração e o útero, considerando a vida emocional da mulher, os ciclos lunares e o papel dos cinco elementos no corpo feminino – terra, água, fogo, ar e éter.
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As práticas ensinadas incluem asanas (posturas), mantras (sons), pranayamas (técnicas de respiração), mudras (gestos), yantras (visualizações), bandhas (contrações), pratyahara (controle dos sentidos), yoga nidra (relaxamento profundo), dharana (concentração), dhyana (meditação) e algumas técnicas de automassagem simples.
A comunidade de mulheres que pratica yoga no mundo todo vem crescendo nos últimos tempos. Então, faz todo o sentido adotarmos uma prática que respeita o nosso ciclo mensal, com diferentes exercícios para cada fase: lútea (menstruação), pré-ovulatória, ovulatória e pré-menstrual. Assim como abordado no artigo Ciclo feminino: baixe sua mandala lunar gratuita.
São exercícios que nos reconectam ao nosso ventre e ao espaço do útero como a sede de uma sabedoria interior nutritiva, por meio de saudações simples, mas poderosas, que usam movimento, respiração e gestos para direcionar nossa consciência do coração para o útero como uma conexão simbólica com a consciência materna, resgatando nossos potenciais sagrados para o amor, a nutrição, a generosidade e a criatividade.
Na anatomia yogue do corpo energético, o útero é a sede da capacidade de nutrir e gerar novas vidas, novas idéias – é o portal cósmico para o poder interior (Shakti).
“Se vemos o mundo como o ventre em que vivemos, podemos entender o quão importante é uma atitude ecologicamente responsável para a criação de saúde positiva nas mulheres. Em termos da saúde do nosso planeta, nosso “útero”, estamos em um ponto de virada agora. É hora de despertar a conexão entre nosso ventre e nosso mundo: ver que a maneira como cuidamos de nosso planeta espelha a forma como tratamos nossas mulheres e meninas.”
(Uma Dinsmore-Tuli)
O MUNDO COMO UM Útero
Além das práticas maravilhosas, um dos capítulos do livro que mais me empolgou foi “O Mundo como um útero: ecologia do útero, ecofeminismo e yoga ativismo: uma força poderosa de mudanças”, no qual a autora apresenta a força das yoginis como agentes de justiça global como potentes antídotos para a misoginia do patriarcado.
Ela nos alerta, por exemplo, sobre a importância de evitar o uso de absorventes descartáveis, pois são produtos não biodegradáveis que geram acúmulo de resíduos e poluição ambiental. Os coletores menstruais e absorventes ecológicos são a melhor opção também a para a nossa saúde.
E também destaca os danos causados pela interrupção do ciclo natural da mulher com o uso dos hormônios sintéticos anticoncepcionais e o excesso de medicalização e intervenção no momento do parto. Tudo isso ressoa muito com o desrespeito das intervenções na natureza, nos agronegócios, por exemplo.
No artigo Ecofeminismo: nossa responsabilidade com a Mãe Terra, falo mais sobre isso.
Para curar toda essa desconexão com o nosso poder interior, a prática do womb yoga pode nos ajudar a retomar nossa energia vital feminina, nossa consciência e empoderamento para a reconexão com a unidade.
A Saudação Rio Sagrado Coração-Útero traz consciência sobre o rio de energia (nadi) que flui entre o espaço do coração espiritual e a fonte de criação, o útero. Esse canal é reconhecido tanto na Medicina Chinesa, como meridiano, quanto no Ayurveda, como nadi.
Essa saudação alimenta esse fluxo até que ele cresça para encontrar o oceano de prāṇa ao redor do corpo. Ele oferece uma sensação de profunda conexão com todos os elementos: terra, água, fogo e ar.
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