NATUROLOGIA E GINECOLOGIA NATURAL

O que você precisa saber sobre a atuação dos hormônios sintéticos na anatomia e fisiologia vaginal e no muco cervical

Na semana passada, falei sobre a importância da microbiota intestinal e a relação com a microbiota da pele e a microbiota vaginal, formando um ecossistema importante para a nossa saúde.

A flora vaginal é habitada por mais de 100 milhões de microorganismos, bactérias e fungos benéficos que trabalham juntos para manter o equilíbrio, como os lactobacilos, bifidobactéricas, bactérias ácido-láticas, entre outros.

A mucosa vaginal possui pH cíclico, umidade, células imunológicas e, às vezes, sangue menstrual.

Umidade e fluidos saudáveis são sinais de saúde, fertilidade e abundância de Qi (energia vital) e sangue, que variam conforme as fases hormonais do ciclo.

Flora vaginal e fertilidade

O equilíbrio da flora vaginal também é muito importante durante a tentativa de concepção, durante a gestação e no parto.

Você sabia que o anticoncepcional pode afetar essa microbiota e a anatomia do colo do útero?

É muito comum que a microbiota de uma pessoa que toma a pílula seja muito menos ácida e tenha uma flora mais empobrecida com déficit de lactobacilos, entre outros. Isso aumenta o risco de vaginoses e infecções fúngicas como a candidíase. E existem estudos que investigam também a relação entre microbiota e endometriose.

Sabemos que o principal mecanismo de ação do anticoncepcional hormonal é a supressão da ovulação, mas o que nem sempre somos informadas é que existe também outro mecanismo pelo qual esse método evita a gravidez: ele afeta o colo do útero e a produção de fluido cervical.

microbiota vaginal

mais de 100 milhões de microorganismos, bactérias e fungos benéficos que trabalham juntos para manter o equilíbrio.

muco cervical e hormônios

O muco cervical é uma secreção vaginal produzida no colo do útero pelo epitélio glandular das criptas cervicais. O médico sueco Dr. Erik Odeblad publicou um estudo sobre os tipos de fluidos produzidos em diferentes criptas ao longo do canal cervical.

Segundo ele, os anticoncepcionais hormonais diminuem o número de criptas S nas mulheres, que transportam o esperma no útero, e engrossam continuamente o fluido cervical, fornecendo uma barreira adicional contra a gravidez.

A partir dessas descobertas, ele concluiu que “a cada ano em que a pílula é tomada, o colo do útero envelhece um ano a mais”. Ele afirmou que o uso prolongado de anticoncepcionais hormonais pode afetar as chances de gravidez porque as criptas responsáveis por produzir o fluido mais propício para a concepção diminuem, deixando o canal cervical mais estreito e afetando o clitóris também.

“A cada ano em que a pílula é tomada, o colo do útero envelhece um ano a mais”.

(Dr. Erik Odeblad)

“Uma gestação pode rejuvenescer o colo do útero em 2 ou 3 anos.”

(Dr. Erik Odeblad)

A restauração das criptas após a suspensão dos anticoncepcionais hormonais leva um tempo considerável, se nenhum dano permanente tiver ocorrido.

As transformações são parcialmente revertidas durante a gravidez. Uma gestação pode rejuvenescer o colo do útero em 2 ou 3 anos.

Todas nós devíamos ter acesso a esse tipo de informação antes de considerar o anticoncepcional como uma opção de contracepção, já que o método não consiste em um tratamento para os distúrbios femininos e acaba mascarando os sintomas. Compartilhe e leve esse tema para mais mulheres refletirem.

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No artigo Ciclo Feminino: Precisamos falar sobre a pílula, conto outros impactos que esse método pode ter em nossa saúde como, por exemplo, a depleção de nutrientes.

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